Feedback no processo seletivo: como fazer

Processos seletivos tendem a gerar ansiedade nas pessoas participantes. Afinal, é comum criar expectativas sobre a oportunidade de conquistar uma vaga de emprego. Desse modo, para aliviar a tensão inerente a esse momento e minimizar a angústia das pessoas candidatas, convém oferecer feedbacks, sejam eles positivos ou negativos. 

Veja, a seguir, alguns benefícios de cultivar essa prática:

• Promoção da marca empregadora

Com a popularização de redes sociais como o LinkedIn, cada vez mais, as pessoas têm acesso a informações sobre o comportamento das empresas, inclusive na hora de contratar. Isso quer dizer que é possível promover o employer branding de uma organização, oferecendo feedback no processo seletivo.

Por outro lado, não é incomum o aparente descaso com as pessoas que esperam feedbacks e não recebem, serem compartilhados nas redes sociais, afastando talentos.

• Transparência por parte das empresas

Muitas pessoas profissionais se queixam de falta de transparência durante o processo seletivo e gostariam de receber um retorno adequado sobre seu desempenho.

Ao oferecer um feedback, as empresas demonstram sua atenção com esse assunto, já que conseguem esclarecer quais são seus objetivos e se o processo seletivo já foi encerrado.

Por outro lado, quando a pessoa candidata não recebe o feedback no processo seletivo, a tendência é pensar que sua candidatura não chegou a ser avaliada, o que gera questionamentos sobre a transparência da organização. 

• Pessoas candidatas podem se aperfeiçoar

Geralmente, pessoas que buscam uma nova oportunidade de trabalho estão insatisfeitas com seu emprego atual ou em busca de uma oportunidade.

Sendo assim, receber um feedback no processo seletivo, ainda que não conquistem a vaga desejada, é algo positivo, pois contribui para que se aperfeiçoem e se preparem para outra oportunidade.

Nesse sentido, é importante que o departamento de RH esclareça quais são os pontos de melhoria dessa pessoa profissional: em qual tema deve se qualificar ou se o problema foi excesso de ansiedade, por exemplo.

Também é interessante que o RH mencione, nesse momento, quais as competências de soft skills e de hard skills a pessoa deve buscar para se candidatar a vagas semelhantes. 

• Cuidado com a pessoa candidata

Tratar bem as pessoas que se relacionam com a marca é essencial, sejam elas colaboradoras ou candidatas. Além disso, ao longo de um processo seletivo, as pessoas profissionais, geralmente, atravessam um período de tensão, que pode ser amenizada com uma demonstração de cuidado.

Para dar um bom feedback no processo seletivo, é interessante seguir alguns passos. Confira quais são:

• Estabeleça o tipo de feedback ideal

Antes de dar um feedback, você deve definir qual é o tipo de discurso indicado para cada situação. Só assim será possível comunicar-se com assertividade e clareza.

• Dê o feedback o quanto antes

Demorar para oferecer o feedback no processo seletivo pode gerar ansiedade e frustrar as expectativas da pessoa candidata, fazendo com que esta se torne detratora da empresa ou consiga outro emprego.

• Pense no crescimento da pessoa profissional 

Também é importante refletir sobre as razões para dar o feedback, que deve priorizar o crescimento da pessoa profissional. Isso significa que você deve ter cuidado para que os seus feedbacks não soem como críticas, mas sim como um retorno importante, que contribuirá para o desenvolvimento da pessoa candidata.

• Fique de olho na linguagem corporal

Sua linguagem corporal influencia diretamente na maneira como as pessoas irão receber suas mensagens. Sendo assim, procure desenvolver inteligência emocional para dominar os próprios gestos.

• Seja direto e objetivo

Ofereça seu feedback sem rodeios para transmitir sua mensagem com sucesso e eficiência. Nesse sentido, é essencial evitar informações vagas ou ambíguas, que possam fazer a pessoa interpretar seu feedback como uma crítica pessoal, por exemplo.

• Não use uma linguagem agressiva

Muitas vezes, podemos soar rudes ao nosso interlocutor, por escolher palavras agressivas, que não passam uma boa impressão. Sendo assim, procure substituir construções negativas ou imperativas por um discurso encorajador.

• Saiba elogiar

Mesmo que o seu objetivo seja oferecer um feedback negativo, é importante ressaltar os aspectos positivos de quem se candidatou para as vagas, a fim de motivar a pessoa a continuar evoluindo. 

Feedbacks negativos podem ser formulados de modo construtivo, que impulsiona, ou destrutivo, que desmotiva. Nesse sentido, é fundamental levar em conta alguns aspectos na hora de abordar a pessoa candidata.

Antes de falarmos sobre o discurso propriamente dito, ressaltamos a importância de determinar (e cumprir!) um prazo para comunicar a resposta da empresa sobre a seleção de profissionais. Na prática, convém entrar em contato com quem não for selecionado assim que a decisão for tomada, em uma demonstração de cuidado e respeito.

Também é essencial ter empatia, colocar-se no lugar da pessoa interlocutora, que certamente alimenta grande expectativa sobre essa vaga de emprego.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é a necessidade de ser breve e oferecer nitidez ao comunicar a decisão da empresa. Nesse momento, não se esqueça de agradecer pela disponibilidade e interesse e valorizar os pontos fortes da pessoa candidata, esclarecendo os motivos da recusa.

Uma recomendação para o momento de dar essa “notícia ruim” é começar seu discurso enfatizando os fatores positivos da pessoa profissional, apresentar o feedback negativo e, em seguida, finalizar com outro elogio construtivo. Dessa forma, a tendência é que a pessoa candidata encare o feedback como uma oportunidade de evoluir.

Não minta, prometendo que o currículo da pessoa ficará armazenado em um banco de talentos, caso esse não seja o objetivo da empresa. Afinal, muitas pessoas podem acreditar e criar expectativas que, depois, serão frustradas.

Outro ponto de atenção é que não se deve estabelecer uma comparação entre profissionais, colocando alguém em uma posição inferior ao apontar suas falhas. Também tenha cuidado com explicações desmotivadoras, baseadas em adjetivos negativos, como “irresponsável”, “desorganizado”, “atrasado” etc.

Em suma, tudo deve ser dito com transparência e objetividade por meio de boas práticas de comunicação. As técnicas de Comunicação Não-Violenta e a Comunicação Positiva, por exemplo, podem ser grandes aliadas neste momento, pois como os próprios nomes sugerem, apresentam uma abordagem construtiva. 

Vamos a alguns exemplos práticos do que falar e do que não falar em um feedback de processo seletivo.

O que NÃO falar em um feedback de processo seletivo:

• “Você não é pontual, chegou atrasado em várias etapas da seleção.”
• “Você não teve foco ao realizar os testes.”
• “Você é irresponsável.”
• “Você não tem capacidade de ocupar essa vaga.”

O que falar em um feedback de processo seletivo:

• “Procure chegar mais cedo em seus próximos processos seletivos.”
• “Procure realizar uma atividade por vez.”
• “A empresa precisa que você se comprometa mais”
• “Seu perfil se adequaria melhor a outras funções.”

Neste artigo, você viu como oferecer feedback no processo seletivo. Se você gostou deste conteúdo, compartilhe com uma pessoa recrutadora ou que realiza processos seletivos, que possa se interessar pelo tema.