Cada pessoa em sua individualidade tem uma forma de reagir ao ambiente. São muitas as variáveis que podem impactar nisso – personalidade, ambiente de criação, vivências anteriores, formações e maturidade.
E no ambiente de trabalho essas particularidades podem ser entendidas como mais ou menos aderentes a determinado contexto. Não existe um único perfil ideal, mas àqueles que se encaixam melhor em cada cenário.
Para entender como essa ferramenta pode contribuir para o seu desenvolvimento individual, para liderança e recursos humanos, leia até o final!
Análise comportamental: o que é?
A análise comportamental busca entender as formas como as pessoas reagem aos estímulos. São duas as palavras-chave para captar esse conceito: estímulo e reação.
Pessoas diferentes tendem a reagir de formas distintas às mesmas circunstâncias. Ou para se conseguir uma mesma reação em pessoas diferentes, pode-se lançar mão de estratégias diversas.
O objetivo é identificar quais emoções são despertadas nas diversas situações, como as pessoas administram essas emoções e se expressam.
A partir dessas ferramentas de análise comportamental, é possível agrupar as pessoas em categorias de comportamentos. Sem, no entanto, impor rótulos, mas apontando para tendências de atitudes.
Assim, duas pessoas com o mesmo perfil comportamental, não são idênticas, mas possuem comportamentos semelhantes.
Muitas das ferramentas de análise comportamental aplicadas hoje em dia não foram criadas ou nasceram no contexto de gestão de pessoas. Mas passaram a ser utilizadas e se tornaram ferramentas importantes pois é possível identificar as competências relacionadas às atitudes e mapear como cada pessoa pode reagir diante de diferentes situações.
Por que realizar análise de perfil comportamental?
Com as análises de perfil comportamental, é possível desenvolver mais sensibilidade para identificar a diversidade de formas de agir. O que contribui para uma convivência mais harmônica da equipe e estimula o crescimento individual.
São muitas as vantagens de se realizar análises comportamentais, vamos destacar 5 pontos:
1 – Autoconhecimento
Entender quais são os nossos impulsos ou as nossas tendências naturais de comportamento contribui para aumentar o autocontrole, facilitando a elaboração de um plano de desenvolvimento pessoal. Se a pessoa entende que dentro dela há uma tendência para um perfil de execução, mas que ela poderia gastar um pouco mais de energia planejando antes de colocar em prática, ela pode alterar rotinas e implementar novos hábitos. O contrário também pode acontecer. Se a pessoa entende que há nela uma tendência de analisar demais e demorar a tomar decisões, o que pode prejudicá-la no andamento de projetos ou em decisões importantes na vida pessoal, será possível treinar a agilidade. Essas análises podem ser feitas sob uma ótica de pontos fortes e a desenvolver considerando as exigências do meio. O que as minhas atuais circunstâncias me exigem que eu preciso desenvolver? Outro exemplo, se a pessoa tem ciência que existe uma dificuldade de comunicação e a função que ela ocupa atualmente exige que ela faça apresentações com frequência, é recomendável desenvolver essa habilidade.2 – Melhorias na convivência
À medida que se entende grupos de comportamentos e tendências diferentes de reação, há um aumento da tolerância por reações diversas. Se eu entendo que o outro pode ser mais rápido ou mais lento do que eu, eu passo a tolerar mais comportamentos diferentes. No âmbito pessoal, isso pode impactar e muito a qualidade dos relacionamentos. Já no profissional, contribui para o desenvolvimento de relações mais saudáveis com os colegas, senso de time e até mesmo melhora no clima organizacional.3 – Liderança eficaz
O líder pode ter sensibilidade para entender o que motiva cada perfil comportamental, encontrando melhores formas de instruir esses perfis. Uma pessoa com o perfil mais cauteloso, por exemplo, pode precisar de mais detalhes para executar uma ação. Já uma mais executora, basta demandar. Assim, o líder terá mais sensibilidade ao demandar uma tarefa para cada perfil de liderado. O mesmo se aplica à motivação. Se uma pessoa se motiva mais ao estar em contato com outras, pedir que ela organize eventos pode ser uma boa forma de motivá-la. Agora, se a pessoa prefere trabalhar de forma solitária, demandar a organização de um evento pode ser desanimador. Portanto, um líder eficiente é capaz de se ater às particularidades dos perfis comportamentais.4 – Recrutamento e seleção mais assertivo
Na hora de selecionar talentos é possível entender quais perfis se sentem mais confortáveis naquele ambiente. Ou pode-se também optar pela ótica de trazer ao time um perfil comportamental diferente dos já existentes para acrescentar um ponto de vista novo. Nem sempre é vantajoso ter um time com características muito semelhantes de comportamento. Uma equipe só de executores, por exemplo, pode fazer muito esforço, mas não necessariamente na melhor direção porque pode faltar mais análise e planejamento. Talvez, a presença de mais analistas possa equilibrar essa equação.5 – Redução do turnover
Entender como demandar tarefas para cada perfil e saber a melhor estratégia para motivá-los ou conceder feedback, contribui para que as pessoas se sintam mais satisfeitas. O turnover pode ser definido como a quantidade de pessoas que são desligadas da empresa, de forma voluntária ou não. Se relaciona com uma rotatividade sucessiva de pessoas. Tem um alto custo financeiro e impacta negativamente a produtividade. Aumentar o grau de satisfação dos colaboradores reduz diretamente a probabilidade de termos desligamentos voluntários, e a análise de perfil comportamental pode ser uma boa estratégia para isso. Aliás, essa é uma tendência no contexto atual, apelidado de grande renúncia, e por isso, requer atenção. O Brasil bateu recorde de pedidos de demissão em 2022. Por outra via, as análises de perfil comportamentais podem contribuir também para a redução das demissões involuntárias motivadas por questões comportamentais. Pois será possível traçar planos de desenvolvimento pessoal e acompanhar os resultados.Perfil Comportamental DISC
Uma das ferramentas mais utilizadas para a análise de perfil comportamental é o DISC, mas existem outros modelos.
Essa metodologia nasceu em 1928 com a obra “As Emoções das Pessoas Normais” de William Moulton Marston, um psicólogo que estudou o comportamento de pessoas em diferentes contextos, buscando encontrar semelhanças.
A partir daí foram encontrando 4 perfis:
- Dominância: são pessoas mais voltadas para resultados, que se motivam por desafios e eficácia. Apresentam um comportamento mais lógico, objetivo e um ritmo acelerado.
- Influência: movidas por relacionamento, se motivam por liberdade e criatividade. São pessoas mais empáticas, voltadas para o relacionamento. Também possuem um ritmo mais dinâmico.
- Cautela: qualidade é a palavra chave desse perfil, se motivam por altos padrões de eficiência. Também são pessoas com um ritmo mais moderado e são bastante analíticos.
- Estabilidade: focadas em colaboração e cooperação. Buscam por segurança e lealdade. São mais lógicas, mas apresentam um ritmo mais moderado, metódico e cuidadoso de tomada de decisão.
- Principais tendências de comportamento
- O que motiva cada pessoa
- Habilidades naturais e habilidades que podem ser trabalhadas
- Formas estratégicas de se comunicar e conceder feedback
