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Análise de perfil comportamental: conheça os tipos

Categoria: Recursos Humanos

7 minutos de leitura

O perfil comportamental é o conjunto de atitudes e de formas como as pessoas reagem aos estímulos do ambiente. É um tema que tem ganhado cada vez mais destaque no mundo do trabalho, e que assim como as habilidades técnicas, também pode ser treinado e desenvolvido.

Introdução

Foi nessa ânsia por entender mais a fundo como as pessoas respondem aos diferentes estímulos, que filósofos, pesquisadores e cientistas se debruçaram para encontrar formas de classificá-las.   E, hoje, temos à nossa disposição um leque de tipos de perfil comportamental que podem contribuir para o nosso desenvolvimento.    Vamos falar de 5 dentre as mais populares ferramentas de análise comportamental a seguir.

Tipos de análise comportamental

Foi na Grécia antiga que surgiu a primeira forma de classificação das pessoas em grupos semelhantes. A partir dos quatro elementos da natureza – terra, fogo, água e ar. Mais tarde, foram surgindo outras teorias, algumas delas populares até o dia de hoje.   Importante ter em mente que nenhuma ferramenta de análise de perfil comportamental tem como objetivo rotular a pessoa, nem definir como ela irá reagir.    O objetivo de se levantar os tipos de perfil comportamental é promover o autoconhecimento e melhorar as relações com as outras pessoas, seja na esfera pessoal ou profissional.   Separamos aqui 5 tipos de análise de perfil comportamental: 

4 Temperamentos

Parte da ideia que há em nós, seres humanos, há uma base mineral que não se altera. Essa base é uma tendência natural de comportamento.    À medida que amadurecemos e buscamos nos desenvolver, essa tendência pode ser menos percebida. Mas, ela não se altera.   Os temperamentos são definidos a partir da combinação de 4 elementos: temperatura quente ou fria e presença de umidade ou de secura.  
  • Temperatura quente: são pessoas naturalmente expansivas, que gostam de colocar para fora seus pensamentos, sentimentos e acontecimentos. Seja contando para uma pessoa ou escrevendo. Elas se organizam contando ou escrevendo a sua história e os acontecimentos.
 
  • Temperatura fria: são pessoas naturalmente introvertidas, que preferem guardar suas emoções. Não são de falar sobre os acontecimentos, mas de pensar mais. Se organizam pensando, ficando em silêncio ou a partir da contemplação. 
 
  • Presença de secura: tendem a memorizar mais os acontecimentos das vida e as emoções vividas em determinadas situações. É como se elas conseguissem quase que reviver as emoções de situações marcantes – positivas ou negativas. Em geral, são as pessoas que guardam mais o rancor e possuem mais dificuldade de perdoar, se lembrando de mágoas passadas. Mas se lembram também dos momentos alegres.
 
  • Presença de umidade: são pessoas mais flexíveis, que se adaptam com mais facilidade as mudanças de contexto e que são menos impactadas. Esquecem com mais facilidade as emoções vividas. São mais fluídas. Tendem a ter mais facilidade de esquecer as mágoas, mas também os momentos bons.
  A combinação entre temperatura e umidade forma os quatro temperamentos:  
  • Colérico: temperatura quente + secura

  • Sanguíneo: temperatura quente + umidade

  • Fleumático: temperatura fria + umidade

  • Melancólico: temperatura fria + secura

  A partir do estudo das reações das pessoas e das próprias atitudes, podemos então descobrir o seu temperamento.

Carl Jung

Carl Jung também se voltou para a análise do comportamento humano, buscando identificar grupos. Ele notou que determinados comportamentos humanos se repetiam e que seria possível segmentar as pessoas a partir de categorias.   Ele foi um dos primeiros autores modernos de psicologia a afirmar que o comportamento humano poderia ser previsível e classificável. E ele propõe 4 grupos: os produtores, intuitivos, sensitivos e analíticos.   O autor defendia que um perfil poderia tirar proveito da convivência com outro completamente oposto. Extrovertidos, por exemplo, podem se beneficiar de momentos de introversão.  

DISC

O DISC nasceu dos estudos de William Moulton Marston, em 1928, com a publicação da obra “As Emoções das Pessoas Normais”.   DISC é um acrônimo para os nomes dos 4 perfis, em inglês, identificados:  
D – Dominante (Dominance) I – Influente (Influence) S – eStável (Steadiness) C – Cauteloso (Conscientiousness)
  O autor se debruçou sobre a forma como as pessoas recebiam e processavam as informações do meio. Ele entende que todas pessoas possuem as mesmas características, mas que algumas delas se sobressaem, compondo o perfil DISC predominante.   O perfil comportamental aqui é entendido como uma resposta ao contexto. Assim, em situações diferentes da vida, ou mesmo em ocupações distintas, essas características que se sobressaem podem se alterar.   É comum que uma pessoa se identifique, inclusive, com 2 perfis. E em situações de transição de carreira, ou em que o meio exige habilidades novas, podem aparecer 3 perfis, sendo eles até mesmo contraditórios. Indicando que há uma tendência natural na pessoa e que existem ali habilidades e comportamentos que estão sendo desenvolvidos por serem uma exigência atual do contexto que elas se inserem.   Sobre as características que se sobressaem em cada perfil:  
  • Dominantes: são pessoas mais focadas em resultados e entregas, que se motivam por desafios. A velocidade de processamento das informações se sobressai.
 
  • Influentes: é o perfil com o maior grau de empatia. Comunicação e aprovação social são as palavras chave aqui. É um perfil que se importa mais em ser validado e que gosta de influenciar as pessoas à sua volta.
  • Estáveis: são mais voltados para relacionamentos e colaboração. É um perfil de pessoas mais solícitas e que preferem ponderar os interesses de todos antes de decidir. Exercem, naturalmente, uma espécie de diplomacia.
 
  • Cautelosos: são mais meticulosos, analíticos e atentos à detalhes. Gostam de analisar todas as variáveis envolvidas antes de uma tomada de decisão. 

Assessment

São sugeridos também 4 perfis: comunicador, planejador, executor e analista. Nasce a partir de estudos e adaptações do perfil DISC.  
  • Executor: são pessoas mais ativas, que gostam de colocar a mão na massa. São mais propensas a assumir riscos e a enfrentar desafios. São energéticas, destemidas e corajosas.
 
  • Comunicador: como o nome sugere, são pessoas que se comunicam com facilidade, extrovertidas, falantes e ativas. São naturalmente entusiastas. Um ponto forte é a facilidade de adaptação às mudanças. Preferem ambientes com mais interações e contatos interpessoais. São pessoas persuasivas.
 
  • Planejador: são pessoas que apreciam a rotina e o cumprimento de regras, normalmente, vistas como calmas, tranquilas e autocontroladas. Mas, ao mesmo tempo, são pessoas flexíveis. Tendem a planejar bem antes de começar uma tarefa. Possuem um ritmo mais consistente.
 
  • Analista: são pessoas mais atentas aos detalhes e meticulosas. Tendem a ser diligentes no trabalho, conservadores e organizados. Tendem também a serem mais voltados a qualidade da entrega, podendo agirem de forma perfeccionista.
 

16 personalidades

A metodologia do teste de 16 personalidades nasceu dos estudos do MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), que a partir do método de Jung agrupou o comportamento humano em 4 eixos. São eles: interação com o mundo, absorção das informações, tomada de decisão e organização.  
  • Interação com o mundo
  No que tange a interação, as pessoas podem se portar de forma mais extrovertida (E – Extroverts), isto é, pessoas que recarregam suas energias entrando em contato com outras. Os extrovertidos preferem falar e se expressar para organizarem seus pensamentos e apreciam fazer múltiplas tarefas.    E de outra ponta, estão as pessoas introvertidas (I – Introverts), que se energizam em atividades mais solitárias e em silêncio. Atividades que demandam muita interação social são mais desgastantes para os introvertidos. São pessoas que apreciam momentos de foco, preferem realizar uma tarefa por vez e precisam de um pouco mais de silêncio.  
  • Absorção das informações
  Este quadrante diz respeito à forma como as pessoas captam as informações do ambiente. As pessoas que são mais impactadas pelas sensações (Sensors – S) são mais atentas a detalhes e voltadas para fatos e detalhes. Facilmente conseguem trazer experiências anteriores para a solução de problemas práticos da atualidade. Tendem a ser pessoas mais “pé no chão” e mais realistas.   Já os intuitos (Intuitives – N) preferem visualizar as possibilidades existentes, buscando sempre uma visão geral da situação. Tendem a ser pessoas mais criativas, cheias de ideias, levantando todas as possibilidades para se resolver um problema.  
  • Tomada de decisão
  As pessoas mais pensativas (Thinkers – T) tendem a tomar decisões usando o raciocínio lógico, analisando os prós e contras. São pessoas mais racionais e objetivas.   Já as pessoas sensitivas (Feelers – F) consideram mais as emoções e as percepções das pessoas ao escolher. Tendem a levar mais a cooperação e a harmonia nas escolhas.  
  • Organização
  Como as pessoas se organizam perante as outras. As julgadoras ou juízas (Judges – J) se sentem mais confortáveis em seguir regras e normas. Preferem planejar com antecedência.   Já as pessoas que se utilizam mais da percepção (Perceivers – P) preferem um ambiente mais flexível, agir de forma mais espontânea, sem tantos planejamentos.   A partir de um questionário sobre como a pessoa se sente em relação ao mundo e sobre palavras que melhor a descreve, o teste de 16 personalidades atribui uma inicial para cada um dos eixos descritos acima:  
  • I – Introversão ou E – Extroversão

  • S – Sensação ou N – Intuição
  • T – Pensativas ou F – Sentivas
  • J – Julgamento ou P – Percepção

E essas quatro iniciais (I ou E, S ou N, T ou F, J ou P) formam uma dentre as 16 combinações possíveis. 

Por que fazer uma análise de perfil comportamental?

São diversas as ferramentas disponíveis para se realizar uma análise de perfil comportamental, trouxemos aqui 5 dentre as mais conhecidas.   São vários os benefícios de se aplicar as ferramentas de análise de perfil comportamental, como:  
  • Autoconhecimento: é possível entender as nossas tendências e visualizar os pontos fortes e as habilidades que ainda podemos desenvolver
 
  • Desenvolvimento pessoal: se entendemos quais as nossas habilidades, a partir de cada circunstância do trabalho podemos traçar uma rota de crescimento individual
 
  • Melhora do relacionamento com o time: é possível entender que outras pessoas possuem reações diferentes, e nos tornamos mais abertos a conviver com essas diferenças
 
  • Aumento da satisfação no ambiente de trabalho: com planos de desenvolvimento, comunicação e feedbacks assertivos a pessoa colaboradora se sentirá mais satisfeita em seu ambiente.
  Espero que esse conteúdo te ajude a evoluir na sua carreira!

Tópicos do conteúdo

  • Introdução
  • Tipos de análise comportamental
  • 4 Temperamentos
  • Carl Jung
  • DISC
  • Assessment
  • 16 personalidades
  • Por que fazer uma análise de perfil comportamental?