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O que é Perfil DISC e quais suas vantagens?

Categoria: Recursos Humanos

5 minutos de leitura

Os estudos sobre perfil DISC surgiram para descrever as reações emocionais das pessoas. Apesar de não ter sido criado como uma ferramenta de gestão de pessoas, hoje, é uma das formas de se analisar o perfil comportamental das pessoas colaboradoras.   Você já notou que as pessoas em um mesmo contexto podem ter reações completamente diferentes? E como liderar, motivar e desenvolver um time com o perfil comportamental heterogêneo?   Esse é um desafio para as pessoas de recursos humanos e para as que almejam ou já ocupam um cargo de liderança.   Leia até o final para entender como o perfil comportamental disc pode te ajudar!

O que é o perfil DISC?

A metodologia de perfil comportamental DISC entende que todas as pessoas possuem as mesmas características, mas que algumas delas se sobressaem.    A partir dessas características predominantes, são formadas as categorias ou os grupos de perfis.   Assim, DISC é um acrônimo do nome de quatro perfis comportamentais:   D – Dominante (Dominance) I – Influente (Influence) S – Estável (Steadiness) C – Cauteloso (Conscientiousness)   Portanto, a partir do comportamento da pessoa – isto é – da forma como ela reage ao meio, é possível agrupar as pessoas em categorias.   Essas categorias não são fixas. A partir de influências do meio ou por decisão individual, no médio e longo prazo, uma pessoa de perfil Dominante, pode se tornar Dominante e Influente.  
É importante ter em mente que não existe um perfil DISC melhor ou pior. 
  O objetivo das teorias de análise comportamental é não definir o certo ou errado, mas o que é mais adequado em determinado contexto   Isto é, para um squad específico, por exemplo, pode fazer sentido selecionar e recrutar pessoas de um determinado perfil.    O intuito das análises comportamentais é apontar a zona de conforto de um perfil ou seu local de potência. Como veremos a seguir – uma pessoa de perfil influente está mais confortável em um ambiente que exija habilidades relacionadas a este perfil.   
Um ambiente que exige habilidades convergentes com o perfil da pessoa gera mais satisfação. E por isso o DISC contribui para o aumento da satisfação das pessoas colaboradoras.
  Por fim, é importante ressaltar que nem todas as pessoas que possuem um mesmo perfil DISC são idênticas ou agem da mesma maneira. O DISC mostra uma tendência, e existem outros fatores – como meio, formação, maturidade – que podem interferir na forma como a pessoa irá se portar.  

Como surgiu?

O comportamento humano é algo subjetivo. É a forma como as pessoas portam, sentem e reagem aos estímulos do ambiente. Em contraposição com as habilidades técnicas, ele se relaciona com as chamadas softs skills.   Apesar dessa subjetividade, desde a Grécia antiga o comportamento tem sido objetivo de estudo e modelos de categorias foram criados.    Empódocles (495 a.C a 435 a.C), por exemplo, concebeu quatro grupos a partir dos elementos da natureza, os quatro elementos básicos: fogo, água, terra e ar.   Foi em 1928, que William Moulton Marston lançou a obra que fundamentou o perfil DISC. O livro denominado de “As Emoções das Pessoas Normais”, que recebeu esse título porque até então os psicólogos estavam mais focados em estudar as pessoas com alguma patologia.   Mais tarde, foram criados testes e questionários que difundiram o método.

Os 4 perfis DISC

O perfil DISC mensura o quanto a pessoa é mais voltada para metas ou para relacionamentos:  
  • Em um extremo tem-se: a tendência a questionamentos, a lógica na tomada de decisão, a capacidade de ser objetivo, o quanto as pessoas se motivam por metas, desafios e a importância de fatos e dados, um comportamento mais cético
  • De outra ponta: a empatia, o foco em pessoas, em relacionamentos e o interesse pela convivência social
  E diferencia também o ritmo da tomada de decisão:  
  • Em uma ponta tem-se a rapidez, o dinamismo, a audácia e a asserção.
  • E na outra, um ritmo mais moderado, a presença da calma, de métodos e uma postura de mais reflexão
  A partir dessa combinação entre orientação para metas, pessoas, qualidade ou cooperação surgiram os perfis.    Vamos falar sobre eles a seguir:  
  • D – Dominância

  Em linhas gerais, este perfil reúne as pessoas que são mais motivadas a alcançar resultados e que adoram desafios.   O foco é em execução – se por um lado, são pessoas que contribuem para a celeridade de entregas. Por outro, são pessoas que nem sempre se preocupam muito com os processos e podem acabar pulando etapas em prol das realizações.   A tomada de decisão é mais rápida. São pessoas mais objetivas e práticas, mas que podem faltar com atenção aos detalhes.    E como o foco é nas entregas, em determinadas situações, este perfil pode ter menos sensibilidade e tato para lidar com as pessoas.  
  • I – Influência

  O Influente, por sua vez, está mais focado em relacionamentos. Aqui o destaque é o alto grau de empatia. São pessoas que tendem a se preocupar mais com os outros à sua volta.   Os influentes contribuem para um clima mais agradável de trabalho, para melhores relações e diálogo entre a equipe. São pessoas que se motivam mais pelo relacionamento, do que pelas entregas.   São capazes de persuadir e influenciar os outros à sua volta. Podem ser grandes aliados para a construção da cultura organizacional.   Por outra via, há uma tendência de apresentarem mais dificuldade em manejar o tempo.   Assim como os dominantes, os influentes podem ter mais dificuldade em seguir rotinas e em manter atenção aos detalhes.  
  • S – Estabilidade

  A estabilidade como comportamento é entendida como tendência de colaboração e cooperação. São pessoas sempre solícitas e dispostas a contribuir.   Os estáveis lidam bem com processos e regras. E diferente do dominante, o ritmo de tomada de decisão não é tão acelerado – observa-se uma tendência de calma, reflexão e moderação.   São pessoas que tendem a se relacionar bem com os outros e evitam conflitos, mas não são tão focados em relacionamento como os influentes.   E por preferirem a estabilidade podem ter dificuldade com ambientes de rápidas mudanças.  
  • C – Cautela

  Como o nome já sugere, são pessoas mais analíticas e atentas a detalhes.   A motivação é a qualidade das entregas. Assim como os estáveis, tendem a seguir um ritmo mais moderado e calmo.   São guiados por decisões lógicas e possuem uma inclinação para o ceticismo. Tendem a ser mais organizados e meticulosos.   Também apresentam uma maior resistência à mudança e são menos ousados.

Vantagens do DISC

Os quatro perfis, de certa forma, se completam – enquanto os dominantes estão mais focados em entregar, os influentes, em relacionamento, os estáveis, cooperação e os cautelosos em qualidade.   São diversas as vantagens e funcionalidades do DISC, separamos algumas:  

1 – Recrutamento e seleção mais assertivos

  Entender qual o perfil faz mais sentido em determinado projeto ou squad pode contribuir para equilibrar o ambiente, principalmente quando há trabalho em equipe.    Se temos em uma determinada equipe apenas pessoas de um perfil, trazer um novo ângulo pode enriquecer o trabalho e acrescentar qualidades.   Por outro lado, se um ambiente exige de forma muito intensa uma habilidade, contratar pessoas com o perfil muito distinto pode não ser estratégico. Afinal, essa pessoa estará muito fora de sua área de conforto e no médio prazo pode se ter a sensação de que não é produtiva ou mesmo ela pode acabar se sentido muito desmotivada.   Portanto, aplicar os testes DISC pode contribuir para processos seletivos mais assertivos.  

2 – Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal

  A partir da autopercepção é possível identificar tendências de comportamento – tanto pontos fortes, quanto a desenvolver. Por exemplo, uma pessoa com o perfil dominante, por exemplo, pode conseguir desenvolver um pouco mais de atenção aos detalhes.   Por outro lado, um plano de desenvolvimento contribui para que no médio prazo a pessoa passe a ter 2 perfis predominantes, em habilidades que podem ser consideradas “primas”. A combinação, por exemplo, da dominância com a influência é ideal para ambientes de intraempreendedorismo.   A ferramenta DISC é uma grande aliada no plano de desenvolvimento individual.  

3 – Feedbacks mais assertivos

  A partir do conhecimento do perfil comportamental é possível entender a melhor forma de se comunicar com uma pessoa.   Se em uma conversa com uma pessoa dominante, por exemplo, a objetividade é essencial, para a influente, é importante ter uma abertura para relacionamento. Já para as pessoas estáveis e cautelosas será necessário um cuidado ao inserir novidades e mudanças.   Portanto, ter sensibilidade para essas diferenças pode fazer com que os feedbacks sejam mais personalizados e estratégicos.   

DISC na prática

Conhecer as tendências comportamentais contribui para melhorar os relacionamentos interpessoais – seja na esfera profissional, seja na pessoal.   Como vimos, o perfil DISC pode ser utilizado como uma ferramenta de autoconhecimento, além disso, pode ser aplicado nas etapas de seleção, recrutamento, desenvolvimento e liderança. Entender que existem perfis comportamentais aumenta a sensibilidade para perceber como as pessoas podem reagir aos mesmos estímulos.   Com a análise de testes DISC as áreas de recursos humanos e as lideranças podem tomar melhores decisões.   O teste DISC é uma das formas de se ter mais nitidez sobre qual o seu perfil comportamental, mas a autopercepção é também um método válido.

Tópicos do conteúdo

  • O que é o perfil DISC?
  • Como surgiu?
  • Os 4 perfis DISC
  • Vantagens do DISC
  • DISC na prática